PRINCÍPIOS BÍBLICOS
“Ninguém pode pôr outro
fundamento além do que já está
posto, o qual é Jesus Cristo.”
1 Coríntios 3:11


Para sermos uma igreja realmente bíblica e totalmente fiel ao Senhor Jesus Cristo, há cinco princípios bíblicos muito importantes que necessitamos observar:

1
Ensinar a Bíblia pela própria Bíblia
As Escrituras Sagradas que compõem a Bíblia são suficientes para se autoexplicarem. Deus não permitiria que sua Palavra dependesse da interpretação particular dos homens para que seus ensinamentos fossem compreendidos, pois isso seria o mesmo que dividir a sua glória com alguém. Sendo assim, devemos compreender um texto bíblico em oração, com a ajuda do Espírito Santo, examinando primeiramente o seu contexto e, se necessário, recorrendo também a outros textos bíblicos que possam ajudar na sua elucidação, porém considerando também os aspectos históricos e culturais da época em que foram escritos.
(Salmos 119:89; Provérbios 30:5,6; Isaías 40:8; 42:8; Jeremias 23:28,29; 36:2; Ezequiel 1:3; Mateus 22:29; 24:35; 28:20; Marcos 12:24; Lucas 1:70; 4:21; 24:27,45; João 5:39; 10:35; Atos 1:16; 2:42; 3:18; 17:11; 20:27; 28:25; Romanos 10:11; 15:4; 16:26; 1 Coríntios 10:11; 15:3; 2 Coríntios 2:17; Gálatas 1:8; Tito 1:9; 2 Timóteo 3:14-17; 4:1-4; Hebreus 3:7; 4:12; 9:8; 10:15; 1 Pedro 1:11,25; 2 Pedro 1:20,21; 3:16; 1João 2:20,27; 2 João 9; Judas 3-4; Apocalipse 22:18-19)
2
Interpretar o Antigo Testamento segundo a graça revelada no Novo Testamento
Os ensinamentos que há nos 39 livros que compõem o Antigo Testamento não devem ter primazia sobre o que é ensinado nos 27 livros do Novo Testamento. Embora todos os textos bíblicos sejam igualmente inspirados por Deus, a mesma Escritura nos revela que em Cristo somos participantes de uma nova, melhor e eterna aliança com Deus, a qual está revelada e mais bem esclarecida nos escritos neotestamentários.
(Gênesis 13:15; Isaías 59:20,21; Jeremias 31:31-33; Mateus 5:21,22;27,28,31-34,38,39,43,44; 7:12; 11:28,29; 17:1-5; 22:40; 26:28; Marcos 9:7; 14:24; Lucas 9:35; 22:20; João 1:17,18; 3:14,15; 8:31-36; Atos 3:22-23; 15:5-11; Romanos 6:14; 13:9; 1 Coríntios 11:25; 2 Coríntios 3:6,14; Gálatas 3:7-14,16,24-26; 4:4,5; 5:6,13,14; Colossenses 2:16,17; 1 Timóteo 1:5; Hebreus 7:22; 8:5,6; 9:8-11,15-20; 10:1,11-18; 12:24; 13:20; Tiago 2:8,12,13)
3
Não separar Jesus Cristo dos seus ensinamentos
Jesus Cristo é o nosso único Salvador e também o nosso único Senhor. Reconhecê-lo assim, por completo, significa compreender que Cristo nos salva pela graça para que possamos obedecê-lo em fé. Ou seja, embora sejamos salvos somente pela graça por meio da fé, isso não significa que tenhamos que desprezar os seus ensinamentos. Engana-se quem pensa poder receber Jesus apenas como Salvador, mas o rejeitando como Senhor. Por outro lado, engana-se também quem pensa que será salvo pelo esforço de obedecer ao Senhor. Não obedecemos para sermos salvos, mas porque somos salvos, recebendo o Espírito Santo que nos capacita a abandonarmos o pecado e andarmos em novidade de vida, dando muito bom fruto para a gloria de Deus.
(Mateus 7:21-23; Lucas 6:46-49; 8:15; 9:26; João 8:31; 12:48; 13:13-17; 14:23,24; Hebreus 6:1-3; Tiago 1:18,21,22; 1 Pedro 1:23; 1 João 2:4-6; 5:1-4,18)
4
Aplicar os ensinamentos de Jesus Cristo segundo a doutrina dos apóstolos
Aos apóstolos coube a missão de, guiados pelo Espírito Santo, interpretar e aplicar a doutrina de Cristo após o advento da nova aliança, a qual começou após a morte e ressurreição do Senhor. Sendo assim, devemos buscar no ensinamento dos apóstolos, contido no livro de Atos e nas epístolas, a correta compreensão e aplicação da doutrina de Cristo contida nos evangelhos.
(Lucas 10:16; João 14:26; 15:27; Atos 2:42; 6:4; 15:6,28; 20:24; 1 Coríntios 3:10,11; 10:16,17; 12:27; 2 Coríntios 3:6; 6:4; Gálatas 1:11,12; 2:9; Efésios 2:20; 3:5; Colossenses 1:23; 1 Tessalonicenses 1:5,6; 2:13; 4:8; 2 Timóteo 1:14; 3:14; Hebreus 2:4; 1Pe 1:12; 2 Pedro 3:1,2,15; 1 João 1:3; 2 João 9; Judas 17; Apocalipse 21:14)
5
Compreender o livro de Atos dos Apóstolos como modelo para aplicação doutrinária, evangelística e missionária
Não é por mera curiosidade histórica que o livro de Atos dos Apóstolos faz parte das escrituras sagradas. O Espírito Santo certamente nos preservou a história da igreja apostólica para que venhamos almejar o padrão que pelo próprio Senhor foi estabelecido. Este modelo que toda igreja deve seguir se resume no segundo capítulo de Atos, com especial atenção para os quatro pontos em que devemos nos concentrar e perseverar, a saber: “na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”.
(Atos 1:1-3; 2:38-47; 4:19-35; 6:1-7; 8:14-17,35-38; 10:44-48; 11:14,22-26; 12:5; 13:1-3; 14:21-23; 15:5,6; 20:17-36)
Da aplicação dos cinco princípios acima resultam os seguintes ensinamentos, que enfatizamos por serem de grande relevância:

A graça de Deus concede salvação a todos os homens unicamente por meio da fé em Jesus Cristo
Deus não faz acepção de pessoas, mas quer que todos os homens ouçam o evangelho para que sejam salvos por meio da fé em seu Filho unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo. Isso significa que, por meio da correta pregação do evangelho, Deus concede gratuitamente a todos a oportunidade do arrependimento de pecados para que sejam salvos pela fé em Jesus Cristo, convencendo-os pelo Espírito Santo de que estão perdidos e necessitam do Salvador. Quem se converte ao Senhor está predestinado à vida eterna, permanecendo nele, que é o único Caminho cujo destino é a salvação. Somente Cristo é o escolhido para nos salvar, o eleito de Deus, sendo a igreja eleita nele para ser salva. Quem permanece em Cristo faz parte da sua igreja, sendo por isso os fiéis chamados de eleitos no Senhor. Porém, a graça de Deus também significa que a salvação não é uma imposição divina, do contrário não seria graça. O Espírito Santo convence o homem do seu pecado, mas este ainda pode resistir, preferindo endurecer o próprio coração. Por esse motivo necessitamos interceder pelos perdidos, orando em nome de Jesus, para que pelo seu poder todo engano carnal e oposição espiritual sejam removidos e as almas se convertam ao Senhor.
(Deuteronômio 10:17; 30:19; Jeremias 18:7-10; Ezequiel 18:21-23,32; 33:11; Isaías 45:22; Mateus 11:28; 23:37; Marcos 16:15,16; Lucas 9:35; João 3:16,17; 5:40; 6:45; 8:24; 16:7-8; Atos 4:12; 7:51; 10:34; 15:11; 17:30; Romanos 1:16; 2:11; 8:29; 16:13; Gálatas 3:10-14; Efésios 1:4; 2:8-10; 6:9; Colossenses 1:21-23; 1 Tessalonicenses 2:15,16; 5:19; 1Timóteo 2:3-5; 2Timóteo 2:10; Tito 2:11; Hebreus 3:6-8,14; 1Pedro 1:2,20; 2Pedro 3:9; 1 João 4:8; 2 João 1,13; Ap 22:17)
A fé bíblica não se limita apenas a uma crença, mas é também caracterizada por confiança e fidelidade
Nem todos que dizem acreditar em Jesus têm realmente fé em Cristo, pois o sentido bíblico de fé não se resume somente a se acreditar em alguém. Muitos dizem crer em Jesus, mas não confiam plenamente nele para a salvação, e não se comprometem com seus ensinamentos. Tais pessoas, do ponto de vista bíblico, não tem verdadeira fé, pois o sentido original desse termo é mais profundo, sendo também acompanhado de confiança e fidelidade. A fé, portanto, e tal como a Bíblia nos ensina, implica na certeza das coisas que se esperam, e na prova das que não se veem, ou seja, é uma crença que se dispõe a confiar totalmente em Deus, sendo plenamente fiel a seu Filho Jesus Cristo.
(Mateus 5:11-12; 7:21; Lucas 6:46; João 13:13-15; Atos 5:32; 6:7; Romanos 1:5; 10:16; 2 Coríntios 3:4; 5:8; Efésios 3:12; Filipenses 1:29; 2 Tessalonicenses 1:8; Hebreus 3:6,14,18,19; 4:16; 5:8,9; 11:1,6; 12:1,2; 13:6; Tiago 2:14-26; 1 Pedro 4:13; 1 João 2:6; 3:23; 5:14)
O arrependimento de pecados é a primeira evidência da fé genuína
A verdadeira fé se evidencia primeiramente pelo arrependimento de pecados. Se alguém declara ter fé em Cristo, mas não se arrepende dos seus pecados, está mentindo, pois tal pessoa resiste ao Espírito Santo, o qual sempre nos chama ao arrependimento através da pregação do evangelho. Somos salvos pela graça de Deus por meio da fé – sendo essa graça a oportunidade que Deus concede para que todo homem se arrependa, e sendo essa fé primeiramente atestada pelo arrependimento de pecados. Sendo assim, se não houve arrependimento, não houve fé, e tampouco salvação.
(Mateus 9:13; Marcos 1:14,15; Lucas 13:1-5; 24:46,47; João 16:7-11; Atos 2:38; 3:19; 5:31; 11:18; 17:30; 20:21; 26:20; Romanos 2:4; Efésios 2:8-10; Hebreus 3:7,8; 2 Pedro 3:9; 1 João 2:4; 3:6; 4:20; Apocalipse 2:5,16,22; 3:3,19)
A graça de Deus nos instrui a andarmos em santidade e justiça
A graça de Deus não é uma permissão para pecarmos, e a salvação não é um fim em si mesmo. O grande amor de Deus por nós, comprovado na cruz do calvário, tem por finalidade nos constranger a andarmos no exemplo de santidade e justiça que o seu Filho unigênito nos deixou, dando muito bom fruto para a glória de Deus. Jesus morreu a nossa morte para que sejamos cheios do Espírito Santo e, guiados por ele, possamos viver a sua vida – orando como ele nos deu exemplo, nos abstendo de todo pecado por amarmos o Senhor, amando o nosso próximo assim como ele nos amou, e em seu nome podermos cumprir a missão que ele nos designou.
(Mateus 5:16; 22:36-40; Lucas 1:75; 6:35; Jo 13:15; 15:5,8; Rm 12:1-3,9-21; 13:8-14; 1Co 6:20; 11:1; 2Co 5:14,15; Ef 5:2; Fp 1:11; Cl 3:1-17; 1Ts 3:12,13; 4:3-12; Tt 2:11-14; Tg 1:27; 1 Pe 1:13-17,22; 2:21; 1Jo 2:6; 3:6; 4:19)
A DEUS TODA GLÓRIA
Somente ao único Deus verdadeiro, revelado em Cristo Jesus, seu Filho unigênito, devemos dar sempre toda a glória. No entanto, não devemos confundir a glória divina com a noção errônea de que Deus seja o responsável por tudo o que acontece, pois se assim fosse o próprio pecado ocorreria por vontade daquele que é perfeitamente Santo – o que seria ilógico e absurdo. Dar toda glória a Deus significa reconhecermos que somente Ele é o único criador, possuidor e sustentador da vida e de todo o universo. De nada devemos nos gloriar, ou idolatrar a qualquer pessoa, pois somos todos necessitados da misericórdia de Deus, igualmente irmãos em Cristo, e membros do seu corpo, que é a Sua igreja. Sendo assim, devemos servir uns aos outros com humildade, nisso prestando um serviço ao Senhor. E, embora devamos honrar aos nossos irmãos que trabalham na obra de Deus, não devemos receber qualquer elogio pessoal como merecido, mas transferir sempre para Deus toda glória. Portanto, aplausos que possam ocorrer durante alguma pregação, ministração de louvor, após uma oração, ou em qualquer outra ocasião de nossas reuniões cristãs, jamais são aplausos direcionadas ao homem, mas ao Senhor, o qual nos capacita com o seu Espírito Santo para trabalharmos em Sua obra. Todo o mérito é dEle. Sempre e somente a Deus toda glória!
(Êxodo 20:1-6; 1Cr 29:11,12; Salmos 47:1; 72:18,19; 115:1; Isaías 42:8,12; 43:11; 48:11; Jeremias 9:23,24; Daniel 2:20-23; Mateus 23:5-12; Marcos 10:42-45; João 13:14-15; Atos 10:25,26; 12:23; 20:24,28; Romanos 10:14,15; 11:36; 12:3-11; 16:27; 1 Coríntios 1:27-31; 3:4-7,21-23; 2 Coríntios 4:5-7; Gálatas 1:5; 5:13; 6:14; Efésios 2:19-22; 3:21; 4:11-16; 5:21; Filipenses 2:5-11; 4:20; 1 Timóteo 1:17; 6:16; 2 Timóteo 4:5,18; Tt 2:13; Hebreus 13:21; 1 Pedro 4:11; 5:1-3,11; 2 Pedro 3:18; Judas 25; Apocalipse 1:5,6; 4:9-11; 5:11-14; 7:12; 19:1)
Observação: As referências bíblicas acima não são exaustivas, mas apenas alguns dos principais versículos dos quais resultaram os princípios bíblicos que definem uma igreja realmente bíblica e cristã.

IDENTIDADE
PROPOSTA
PRINCIPIOS
DOUTRINA
MINISTÉRIO