Qual a posição de vocês a respeito do dízimo?

Embora a entrega do dízimo seja uma prática comum em muitas denominações evangélicas, o fato é que não há qualquer indício de que havia cobrança de dízimos no início da igreja cristã. Se os apóstolos cobrassem dízimos, ou sugerissem que dízimos fossem entregues, certamente haveria tal ensinamento nas epístolas, ou no livro de Atos dos Apóstolos. Mas há um completo silêncio nesses escritos a respeito da cobrança de dízimos, mesmo nos trechos que tratam de contribuição, como 2 Coríntios 9, onde encontramos apenas a seguinte orientação:

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria." (2 Coríntios 9:7)

Sendo assim, não há qualquer determinação bíblica do quanto cada cristão deverá contribuir na obra de Deus. Isso também significa que se alguém quiser contribuir com o dízimo, ou seja, dez por cento da sua renda, não devemos condenar essa decisão pessoal. No entanto, que o dízimo, assim como qualquer outro valor de contribuição, seja dado espontaneamente, como um ato de amor, mas nunca por medo de estar pecando se não o fizer, ou com interesse de receber de Deus algo em troca. O fato é que, quanto mais um cristão é cheio do Espírito Santo, tanto mais sentirá alegria em contribuir na obra de Deus, sem desejar nada em troca, e podendo a sua contribuição até mesmo superar os dez por cento, tal como vemos em Atos 4:34-37.

Alguns poderão contra-argumentar que o próprio Senhor Jesus teria nos ordenado a prática do dízimo em Mateus 23:23. Porém, tal orientação foi dita no contexto anterior ao início da nova aliança, a qual se iniciou a partir da ressurreição de Cristo. Além disso, o referido versículo faz parte de um longo discurso do Senhor que começa no início desse mesmo capítulo, onde ele asseverou o seguinte: "Na cadeira de Moisés estão assentados escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem." Ora, será que temos que ainda hoje observar todas as coisas que os escribas e fariseus ensinaram a respeito da lei de Moisés? Encontramos a resposta em Atos 15, capítulo onde o Espírito Santo direciona os apóstolos a reconhecerem que não vigora mais qualquer imposição da lei mosaica para quem está em Cristo — o que, evidentemente, também anula a exigência do dízimo.

Concluímos esclarecendo que, embora o dízimo não deva ser cobrado, isso não significa que não devamos contribuir generosamente na obra de Deus. Nossas contribuições não somente devem ser espontâneas, mas também necessitam ser regulares e sem avareza. Se cada irmão fizer a sua parte, ofertando regularmente com generosidade, não faltará recursos para se investir em evangelização, no ensino da Palavra, na ajuda aos missionários, no socorro aos necessitados (a começar pelos domésticos da fé) e na manutenção do local destinado às reuniões. Confira: Atos 4:34-35; 6:1-4; 1 Coríntios 9:14; 2 Coríntios 11:8; Gálatas 2:10; 6:10; Filipenses 4:14-19; 1 Timóteo 5:17-18; 6:18; Hebreus 6:10; 13:16.

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